Sua carteira de investimentos responde às perguntas erradas
No mercado financeiro, a conversa com um assessor/consultor de investimentos geralmente começa com um roteiro conhecido: gráficos coloridos, performance passada e a clássica pergunta sobre sua "tolerância ao risco". O foco invariavelmente se volta para "Como podemos aumentar seus retornos ou bater o mercado?".
Depois de anos de trabalho com carteiras de investimentos, eu e o Marcius Lima percebemos que essa abordagem, embora universal, está ancorada em premissas frágeis. Ashvin B. Chhabra, em seu livro "The Aspirational Investor", explica bem por que esse modelo é insatisfatório.
Em primeiro lugar, a conversa tradicional sobre risco é falha: ela tenta resumir sua complexa atitude em relação ao risco em um único número. Além disso, o framework tradicional de alocação define "risco" como volatilidade. Mas o verdadeiro risco não é a flutuação estatística de um portfólio. O verdadeiro risco é não ter o dinheiro necessário para uma despesa essencial no momento em que você precisa. Por fim, Chhabra explica com propriedade que a teoria clássica é inadequada para o objetivo de real criação de riqueza: ela nos ensina a eliminar o "risco idiossincrático" por meio da diversificação, porém é exatamente nesse tipo de risco – concentrado e alavancado – que as grandes fortunas são construídas.
Em nossa Jornada Aspiracional, inspirados pela visão de Chhabra, oferecemos uma estrutura clara, disciplinada e adaptável, que divide a alocação de patrimônio em categorias que entregam significado e propósito para cada parte do patrimônio: segurança, manutenção e ganho.
É uma mudança fundamental na forma de pensar e investir. Ao fazer essa distinção, a pergunta deixa de ser "Qual a rentabilidade?" e passa a ser "Qual o propósito?".